Ir.
Soltar as asas. Repensar as amarras.
Gravar o verde na retina, na memória, no coração.
Por caminhos direitos, por caminhos estreitos.
Começar nas ruas cheias de gente,
percorrer milhas contra a corrente.
Minutos medidos, perdidos, preenchidos.

Voltar.
Com o coração cheio, o sorriso aberto.
A vontade desmedida de querer voltar a fazer planos,
viajar, viajar, viajar.
Regressar com certezas onde haviam dúvidas.
E valorizar momentos passados, partilhados
e desmedidamente verdadeiros.

Ir onde o coração nos comanda.
Voltar onde sempre se pode começar do início.
Voltar de peito aberto para a guerra.
Sem receio.
Haverá sempre um novo "ir".


Vou ali soltar amarras, volto já.
Na languidez do momento,
a estender os fios do tempo,
mergulhados e submersos na contagem decrescente.

Clareza de espirito

Correu pelo corredor numa fúria desesperada.
Conseguiu fechar a porta mesmo a tempo, derrubando pelo caminho

... a jarra com flores
... o casaco pendurado no cabide
... e a réstia de qualquer sentimento que ainda lhe restava.