People like you
The process of love
Put things at work and go with the flow, the numbness of trivial tasks.
I am sure I am loved.
And that I love back with, at least, the same intensity.
So I’ll endure even though the process has begun.
Que vai desabar o teto com as chuvas de outono mas nós estaremos abrigados.
Que a luz pelas janelas vai valer a pena e o passar do relógio também.
Diz-me 'os teus olhos' e 'o teu sorriso'.
Diz-me que acreditas porque sabes a verdade.
Que eu vou ter tempo para ler os livros empilhados,
experimentar novos chás e embarcar em sonos profundos.
Que a espera aproxima, que a espera intensifica.
Diz-me o quão crescidos estamos, o quão adultos somos
e o valor de todos os abraços para compensar essa ausência.
E enquanto te digo palavras que me doem na garganta e na alma,
mas em que reconheces o quanto te amo por dizer-tas,
limpa-me as lágrimas e diz-me 'Cheguei a casa'.
Respiro. Preparo-me para o mergulho.
Dias de transpiração lenta, ao som do mar, da serra ou das vozes familiares.
Dias de sol presente até que resolva pôr-se, de noites prolongadas até perder os ponteiros da bússola, do relógio ou da alma.
Água fresca para a pele sentir as oportunidades.
Copos cheios, meios, vazios para a cabeça deslizar para uma rotação mais lenta.
Quer-se descanso.
Quer-se o riso, os encontros e reencontros.
Ao meu lado
Pela coragem do confronto e das palavras arrancadas à força e da humildade para conseguir perdoar.
Por isso,
Quero-te sempre ao meu lado.
A Batalha
Damage control
Because I cannot kiss you ‘goodnight’.
Yet.
O enterro
O navio
Os outros seguiam na proa, caminhavam sobre um chão de água em círculos, pensavam em quadrados e conversavam em linhas retas.
Ela navegava à bolina. Não lhe interessava o destaque da proa mas antes o vento veloz na pele, o recorte das nuvens e a espuma das ondas a desenhar possibilidades.
Trazia pouca bagagem, numa mala gasta de couro que arrumava debaixo da cama todas as noites, para que não fugissem de lá as certezas. Nas pausas mortas em que os outros vestiam traje de gala ela preferia ver passar as estrelas e sentar-se, de pés a pender sobre o infinito.
Deitava-se a sonhar e a fazer riscos na parede com a passagem das milhas atlânticas.
Os outros entristeciam com o fim do brilho ofuscante da opulência.
Ela sorria enquanto via o horizonte e lhe esperava o recorte definido do sítio onde morava o seu coração.
Promessas
Tentar e (acreditar!) que vou aprender a andar de patins.
Continuar a fazer planos e a procurar soluções alternativas.
Continuar a comer sopa.
Manter por perto as mãos cheias de gente que me quer bem (e que eu quero bem de volta).
Abusar do protetor solar.
Abusar dos momentos bons, sem medo de os viver.
Sorver os minutos e as horas.
E manter presentes as certezas inabaláveis.
Me
And everything is overwhelming. Every single thing.
Even the littlest of things is enough to bring out the waterworks: your embrace, your smile, your taste, your scent, the corners where I fit perfectly.
But also: the thought of losing you, of disappointing you.
I stumble on my own words (the ones you make me speak – ‘talk to me, don’t shut down’). But I don’t run away anymore and I bring thoughts, feelings, dreams out loud.
I stumble on this ever aching fearful heart of mine.
My life was just something I lived by (sometimes I think I even stepped outside and just let it roll, losing track, just tagging along).
And then you came along.
And now I’m alive.
(and that, oh yes, brings tears to my eyes)
You
You've witnessed my lows.
I hid my face in the pillow choking up my tears.
But you made me look you in the eyes.
You've seen me vulnerable, unsure, afraid.
At moments of pleasure and ecstasy.
In moments of sorrow and sadness.
With you. Away from you.
You smile back at me when I feel like a little kid.
You've played hide and seek.
Catch me if you can.
And we've got a water pistol duel to come.
You stood beside me.
Held my chin up.
Encouraged me to dream.
Looked with amusement at my little things.
Held me time and time again in your arms.
Whispered in my ear.
Took me for the ride.
Made plans.
You've compromised.
You gave your all.
E cai-lhe, de súbito, a certeza e a lembrança daqueles passos.
Iguais até há bem pouco tempo atrás.
Não percebe como os arrastou tanto tempo.
De certo amarrados no lenço, ao pescoço.
Mas esse lenço esvoaça agora, de quando em vez.
Junto ao mar, montado no conforto e na cumplicidade.
Esvoaça enquanto alguém lhe toca no joelho.
Esvoaça enquanto canta alto porque ninguém ouve.
Esvoaça enquanto alguém lhe aponta um arco-íris ou as nuvens da cor do fim do mundo.
E voa, livre, quando percebe que aquela calçada, aquela chuva e toda a música do mundo nunca mais serão iguais.
Stories and tales. Fine stories, beautiful tales.
Building them around me.
Deconstructing myself to the core.
Smiling more than ever before.
Entra-me o sol pela janela, aqui mesmo ao lado.
Um sol morno que aquece a ombreira e o ferro forjado dos corações que se atrevem na varanda.
Está nítido o longe e o distante.
O rio, como sempre, alinhava-me os desvarios e divagações com pontos brancos de luz.
Descoordenados.
Rascunho da costura do futuro.
Penso nas palavras ditas e por dizer e no prolongamento dos minutos quando já não se calam mais as palavras ou as sombras cá dentro.
Penso no meu sangue a correr, entrelaçado com as vidas que lhe dão vida.
Com as vidas que lhe dão cor: o vermelho, quente, pulsante.
De quem nos ama, de quem nos faz falta, de quem nos sente afalta.
Tentam esticar-se os minutos, os quilómetros e os pontos de encontro.
Analisam-se, de vários pontos, os motivos. Justificam-se e compreendem-se as ausências.
E aperta-se, ainda assim, o coração quando ele chega à beira de um abismo meramente imaginado.
E confirma-se a importância de quem nos quer bem.
De quem nunca nos deixa cair.
O Sol
E de repente vem aquele Sol e ilumina tudo.
'cause I carry the sunshine inside
I walk in the dark
'cause I carry the light within
It is a strange religion to me
A beginning, anew
It scares but does not haunt me
I'm no longer Little Girl Blue
Entendi-te.
Há coisas que, efetivamente, se explicam muito facilmente.
De lenço, forte, amarrado ao pescoço. Bandit style. Puxado para cima, apenas o olhar semicerrado frente ao rol de nevoeiro a sufocar o sol da manhã. Os nós da alma a perderem-se a meio do caminho, atirados para a berma sem dó nem piedade. Tomado de assalto. Perdido por cem, perdido por mil. Perdido por um.
É agreste, o caminho. Perigos feitos de pó e inimigos de setas escondidos em cada aperto de mão. O cavalo, cansado da corrida, segue. Galga quilómetros a rasgar o frio, o mar e as curvas todas do caminho.
Bandit style.
E orgulho nisso.
La carte postale m'attend
L'essentiel est invisible pour les yeux.'
e o mar infinito da melancolia lá ao fundo.
Mas mesmo assim, ele conseguiu chegar-lhe ao coração.
...what a difference a day made
E sei-me no meu melhor.
E nunca me esqueço que te quero por isso ser um dado adquirido.
Penso-te.
Quantas vezes te penso?
Constantemente.
E tenho-te.
E tens-me também.