Já eu...gosto mesmo é da corrida.
A mala de viagem II
on 20 março 2011
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Fecha de novo a mala de viagem. Desta vez foi mais longe, mas não longe demais. Desta vez foi mais alto, mas não se perdeu de vista. Ia mais cheia, mais pesada, um ano a mais. Mas regressou com a leveza inesperada do sol quente a queimar a pele.
- Trazes sempre tanta bagagem - disse-me com o brilhozinho nos olhos de quem quer arrancar uma conversa que já se sabe em que lençóis vai terminar.
- Sempre te disse que carregava muita bagagem comigo.
- E eu sempre te disse que era mais fácil se a carregássemos os dois.
E viajará, de novo. E os reflexos de quem ajuda a carregar o peso, iluminar-lhe-ão o caminho.
- Trazes sempre tanta bagagem - disse-me com o brilhozinho nos olhos de quem quer arrancar uma conversa que já se sabe em que lençóis vai terminar.
- Sempre te disse que carregava muita bagagem comigo.
- E eu sempre te disse que era mais fácil se a carregássemos os dois.
E viajará, de novo. E os reflexos de quem ajuda a carregar o peso, iluminar-lhe-ão o caminho.
on 01 março 2011
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De modos que é isto.
Os passos, uns a seguir os outros, e a surpresa ridícula de sentir vento frio na cara.
Dar por mim a sorrir para os turistas, a trautear músicas enquanto subo ladeiras e a olhar de frente o rio da alma de cada um que nem gente grande. Sentar-me em sítios novos e absorver as esquinas das mesas, as curvas das conversas e o corpo do vinho. Brincar à apanhada e pisar só as pedras azuis da calçada. Soprar com toda a força do meu pensamento e ver nuvens moldadas nas formas que quero. Ouvir fado e piano e palavras soltas e sussurros e dores escritas em garrafas cheias de lágrimas.
E ter saudades e matá-las logo a seguir.
De modos que é isto: há, no fim de contas, muita vida a pulsar nas veias.