Small list of awesome things:
- you
- me
- us



Esta cerca, esta porta para o ilimitado,
e porquê?
Herdámos as cercas, os cadeados, os
muros, as prisões.
Herdámos os limites. E porquê?
Porque não rejeitámos na hora de nascer o que nos concediam e o que não abarcávamos?
É que tínhamos que estar de acordo antes de ser.
Depois de ser e saberaprende-se a cercar e a fechar.
A nossa mesquinha contribuição para o mundo é um mundo mais estreito.

O mar, Pablo Neruda
Encostou-a, com as suas palavras, à parede.
E com a honestidade completa das suas frases traçou o trilho perfeito para o seu coração.
Vulnerável perante os reais argumentos, indefesa perante a tradução da verdade.
Encostada à parede, a deixar ruir os certos, os errados, salva pelas palavras.
Há pessoas que, com o poder das suas palavras, são assim: lean, clean, killing machine.

Fim de semana.
Em fuga.
Vesti a camisa que me pediste que vestisse: a branca.
Dobrada nas mangas.Em desalinho.
Porque a perfeição não é tê-la perfeitamente engomada.
A perfeição é ter-te ao meu lado enquanto a trago vestida.
Tenho o teu abraço cheio com a solidão no meio que não deixa abraçar.
Tenho o teu olhar presente e desenhado o movimento do teu corpo a chegar.
Tenho o teu riso sentado e o mistério do teu lado que preciso desprender.
Tenho o corpo a correr, tenho a noite a trespassar, tenho medo de te ver.
É perigoso este perfume e a memória do teu nome, é de fogo o que nos une.
Tenho espaço indeciso, dá-me mais porque preciso, mais um sopro do que tens.
Deixa andar, deixa ser...quando queres entender o que não podes disfarçar,
escolhes não sentir mas não é teu para decidir, se faz bem ao coração
largar o que há em vão, faz bem ao coração.

Mesmo longe caem rosas como pedras preciosas que confundem a razão.
O mistério do teu lado entre o certo e o errado,bem e mal em discussão.
Volta o teu abraço cheio com o coração no meio, volto eu a disparar.
Não percebo o que é que queres, diz-me tu o que preferes: ir embora ou ficar?
(...)

Tiago Bettencourt, largar o que há em vão
(...cada vez gosto mais disto...)
De mão em mão vão passando:
as histórias
as vivências
os silêncios
as partilhas.

Elos equacionados, redimensionados e ampliados tanto pelo conhecimento como pela inocência:
das palavras
das distâncias
dos momentos.

Abrimos as portas do coração, exposto aos ventos e tempestades e recebemos em troca:
os abrigos
os abraços.

Estendemos a mão, como quem não quer cair, e percebemos que do outro lado também há:
pedaços.

Hold out your hand and never let me fall.
A elevação, a plenitude, o chegar ao topo, ao cume, ao território inexplorado.
Com todos os sentidos: aplicados, multiplicados, cegos de tão perfeitamente alinhados.
A entrega.
A uma voz.
A duas.
A milhares de vozes.