Sento-me e oiço. Porque precisas que eu o faça.
Sorrio e sinto-me genuinamente feliz por ti.
Ainda assim, o que anseio, o que vivo cada dia a desejar mais e mais, são os momentos de glorioso êxtase a cantar a plenos pulmões e as paisagens profundas de um Norte à minha espera.
Falta-me só a Bússola e o Compasso.
E em breve serei eu, aqui sentada, a precisar que me oiças.
Porque tudo o que senti é demais para guardar cá dentro.
on 28 junho 2009
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Por muito que a vida nos queira
e o tempo nos ensine que não temos mão nela, continuamos.
Teimosamente persistentes.
Persistentemente teimosos.
A achar que lhe trocamos as voltas.
Mas ela segue, serena por trilhos estranhos,
por gravilha, por areia ou pelo asfalto,
a desbravar mato à nossa volta.
Pensamos conte-la ou implodi-la.
Fazer dela um significado maior.
E, no fim, exaustos,
reconhecemos de cabeça baixa a inevitável vitória.
E, hoje, a vida quer passear no Jardim.
E é exactamente isso que ela vai ter.
Efeito Placebo
on 21 junho 2009
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Porque acredito naquilo que preciso de acreditar.
No que tenho de acreditar.
No que escolho acreditar.
Tudo no conforto estreito do teu abraço.
Noite de Verão
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Escrevo este post...em directo.
Dito assim, parece-me bem.
Estou numa noite de Verão perfeita.
Com a melhor das companhias aqui mesmo ao meu lado.
Perco ligeiramente a direcção dos dedos sobre as teclas e escrevo palavras que rapidamente apago.
Penso no que todos dizem mas, acima de tudo, penso no que vai na mente e nos pensamentos - tão, tão distantes - de todos.
É a noite. É a melhor das noites.
Só espero que a vossa seja tão boa quanto a minha
Dito assim, parece-me bem.
Estou numa noite de Verão perfeita.
Com a melhor das companhias aqui mesmo ao meu lado.
Perco ligeiramente a direcção dos dedos sobre as teclas e escrevo palavras que rapidamente apago.
Penso no que todos dizem mas, acima de tudo, penso no que vai na mente e nos pensamentos - tão, tão distantes - de todos.
É a noite. É a melhor das noites.
Só espero que a vossa seja tão boa quanto a minha
Tic Toc
on 19 junho 2009
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Tenho o relógio adiantado.
Apenas 2 ou 3 minutos.
No telemóvel e no carro.
Não chego atrasada. Nunca chego a correr.
Espero.
E enquanto o faço pego na caneta, no caderno negro e escrevo pequenos apontamentos como este.
O pulso, sem relógio, sem minutos a mais ou a menos, está descompassado.
Impossível acompanhar o ritmo do calor que se instalou.
Nem tarde, nem cedo.
A horas.
A.
on 16 junho 2009
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Se tu dizes "Apanha" e corres à minha frente.
Eu persigo-te, de coração transbordante.
Olhas de soslaio sobre o ombro enquanto corres.
Porque queres que te apanhe.
E quando te apanho, quando te elevo no ar deixo para trás
... todos os sonhos desfeitos
... todos os dias perdidos
Porque ver-te crescer muda cada segundo da minha vida.
Porque quando dizes "Apanha" as lágrimas inundam-me o olhar.
Pessoa
on 13 junho 2009
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Fosse ele vivo, arrastasse ele ainda a magreza da solidão e da melancolia por entre nós, escondesse ele ainda palavras profundas por detrás do redondo dos óculos.
Faria, hoje, anos.
...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família.
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperança.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
...
Álvaro de Campos
Faria, hoje, anos.
...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família.
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperança.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
...
Álvaro de Campos
A minha cor preferida...
on 09 junho 2009
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...é o reflexo dos teus olhos.
E também todas as pedras da calçada, todas as esquinas que se dobram sobre si mesmas e desdobram no infinitivo das possibilidades de todos os passos que damos.
E o céu enquadrado na moldura da minha divagação.
E os segundos perdidos nos silêncios do conforto.
E a marca do sol onde não queríamos que tivesse ficado.
A minha cor preferida é esta.
Contra o céu azul, ramagens de tons impossíveis.
E eu a vê-las. E tu, ausente.
E ainda assim, a vê-las comigo.
on 06 junho 2009
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Apanhar todos os semáforos vermelhos.
Fazer uma encomenda e descobrir, duas semanas depois, que o produto foi descontinuado.
Chover forte e feio quando temos uma manhã de folga.
É impressão minha ou há dias em que…
on 02 junho 2009
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Trazia a saia demasiado curta. E o sorriso demasiado aberto.
É que eu quase podia jurar que ela vinha feliz, percebes?
E dava um dedo mindinho para saber com quem ela vinha a falar ao telemóvel.
Aposto que era com um palhaço qualquer.
Dizias-me isto com um ar sério, com o ar mais sério. Como se fosse a coisa mais natural do mundo. Mas não era.
Eu limitava-me a abanar a cabeça, a manter o olhar mais complacente possível e a emitir uns “hum hum” e uns “pois” de cada vez que paravas para inspirar fundo ou para beberes um gole da imperial já completamente morta. E lançavas mais um ataque feroz.
Jamais poderia dizer-te que o melhor que aquela mulher alguma vez podia ter feito foi afastar-se de ti e do sufoco que lhe imponhas. Deixava-te embarcar na ilusão das tuas próprias palavras quando dizias “quem perde é ela”. Nunca hei-de perceber como é que consegues ser comigo o melhor dos amigos e com as (várias) mulheres que já passaram pela tua vida, o pior dos namorados.
E, sinceramente, nunca hei-de perceber porque teimas em ligar-me de cada vez que alguém te dá com os pés. Tens auto-estima de sobra (até a mais, diria) e eu, honestamente, tenho mesmo coisas mais importantes para fazer do que ver a cerveja morrer no teu copo enquanto finges que alguém te partiu o coração.
É que eu quase podia jurar que ela vinha feliz, percebes?
E dava um dedo mindinho para saber com quem ela vinha a falar ao telemóvel.
Aposto que era com um palhaço qualquer.
Dizias-me isto com um ar sério, com o ar mais sério. Como se fosse a coisa mais natural do mundo. Mas não era.
Eu limitava-me a abanar a cabeça, a manter o olhar mais complacente possível e a emitir uns “hum hum” e uns “pois” de cada vez que paravas para inspirar fundo ou para beberes um gole da imperial já completamente morta. E lançavas mais um ataque feroz.
Jamais poderia dizer-te que o melhor que aquela mulher alguma vez podia ter feito foi afastar-se de ti e do sufoco que lhe imponhas. Deixava-te embarcar na ilusão das tuas próprias palavras quando dizias “quem perde é ela”. Nunca hei-de perceber como é que consegues ser comigo o melhor dos amigos e com as (várias) mulheres que já passaram pela tua vida, o pior dos namorados.
E, sinceramente, nunca hei-de perceber porque teimas em ligar-me de cada vez que alguém te dá com os pés. Tens auto-estima de sobra (até a mais, diria) e eu, honestamente, tenho mesmo coisas mais importantes para fazer do que ver a cerveja morrer no teu copo enquanto finges que alguém te partiu o coração.