Era um homem alto, recto. Raramente curvado. Caminhava direito, distinto da multidão. Não gostava do seu nome, da simplicidade estreita do seu nome que sentia sufocar tudo o que trazia dentro de si. Não gostava de tudo o que lhe era imposto, o que por vontade alheia era obrigado a aceitar.
A aparência serena, o discurso bem pensado. Tudo no lugar certo, da forma socialmente correcta, dentro das barreiras conformadas do expectável. Quando trocava dois dedos de conversa, era amável, educado, suficientemente preocupado e o necessariamente distante. Nunca trocava, em conversas de circunstância mais do que devia. Poucos lhe conheciam inconfidências.
No trabalho tinha colegas. No prédio de dois andares, o "bom dia" dos vizinhos.
A aparência serena, o discurso bem pensado. Tudo no lugar certo, da forma socialmente correcta, dentro das barreiras conformadas do expectável. Quando trocava dois dedos de conversa, era amável, educado, suficientemente preocupado e o necessariamente distante. Nunca trocava, em conversas de circunstância mais do que devia. Poucos lhe conheciam inconfidências.
No trabalho tinha colegas. No prédio de dois andares, o "bom dia" dos vizinhos.
E, ao fim do dia, chegava a casa e despia o fato e gravata. Despia o cinzento. Despia os limites que lhe impunham pela janela abaixo e punha a música tão alto quanto podia.