Cortes

Passo em revista a minha agenda de 2008. Uma Moleskine, preta, a abarrotar de encontros, afazeres, ideias, pensamentos, rabiscos, bilhetes de cinema, de museus, de locais visitados ou a visitar. Algures lá pelo meio encontro isto:

Um corte no dedo, profundo. Talvez não tão profundo quanto isso, não o suficiente para se fazer notar na porta de uma triagem onde casos de degradação humana se arrastam contra paredes velhas, nuas e frias. Mas outro e mais profundo, um corte nas certezas do passado, nos dados adquiridos e nas ridículas ideias feitas. Um corte invisível que me deixou um sorriso de espanto e felicidade.

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