A carta

Preciso que escrevas.

Peço-te que o faças, assim, sem artifícios, sem entrelinhas, sem dificuldade ou orgulho ferido. Disponho-me, vulnerável, com um “por favor”.

Quero ler-te, preciso de ler-te.

Para perceber a tua persistência, a tua ausência e a tua intermitência.

Para perceber porque apagas a luz antes de teres saído da sala, porque desligas o telefone antes de te despedires, porque trancas as portas dos sítios onde sabes que vais regressar mas deixas escancaradas as portas dos locais onde te recusas a voltar.

Preciso que escrevas em papel azul, de 25 linhas, timbrado e aprovado por qualquer entidade que possas considerar relevante, os teus quês e porquês.

Subscrevo-me, de coração aberto,

4 comments:

I disse...

Lisboa, 7 de Dezembro de 2010

Minha Cara,

Talvez não te escreva quem esperavas, mas gostei da ideia de trancar as portas dos sítios onde queremos voltar... como para protegê-los ou para fingir que não há outra entrada... uma secreta... que só nós conhecemos!

A tua leitura atenta,

I

I disse...

Errata: leitora

CarMG disse...

"Preciso que escrevas [só para mim]"

Lina disse...

:)

Chegou entretanto a resposta, que será publicada em breve.

No entanto, tanto as respostas esperadas como as inesperadas são sempre bem-vindas.

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