Despe a pele ao fim do dia, quando chega a casa.
Pendura-a a secar de todas as mentiras que diz a si mesmo e do orgulho que engole enquanto caminha no arame.
Acrobata perfeito no limbo.
Perdido de si e achado nas esquinas a caminho de mais uma noite.
Descrente do mundo, descrente de tudo.
Cerra os olhos, cerra os dentes, cerra os punhos.
E aguenta mais uma viagem.
Rói com os dentes as amarras.
Don’t let the bastards grind you down.
4 comments:
Acrobata com cada vez menos equilíbrio, vendo apenas o abismo de ambos os lados, sempre à beira de cair.
Descrente de tudo e de todos, sempre!
Mas a caminhada continuará enquanto a vida, que se desvanece, flui nos grãos de areia no rio do tempo.
Sinto-me espelhado nas tuas profundas palavras e sabes o que me vai no fundo da mente.
J
J., o que importa é continuares a caminhar, continuarmos a caminhar, mesmo que em equilíbrio precário.
***
Gosto, acima de tudo, do despir da pele ao fim do dia.
Confundir-nos-ia menos, no dia seguinte, quanto a voltássemos a vestir, saber qual delas é!
Começa a parecer-me cada vez mais uma necessidade fazê-lo.
Nuns dias, deixá-la pendurada na cadeira. Noutros,atirada para um canto no chão. E, nos mais especiais, cuidadosamente dobrado sobre a cama.
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