Pega-se numa caixa de cartão.
Usada porque, como se sabe, se já suportou outros pesos e caminhos é porque com toda a certeza aguenta mais um.
Começam a retirar-se coisas das prateleiras e dos armários. Protegem-se para aumentar a probabilidade de chegarem salvas ao destino.
Pouco a pouco, enche-se a caixa com o tudo e o nada que não podemos deixar para trás.
Fecha-se a caixa. Escreve-se "Frágil".
E é isso que ela leva consigo: a fragilidade dos laços humanos e da nossa luta por mantê-los.
4 comments:
talvez só tenhamos que os transportar com muito cuidado, com muito cuidadinho, para que se mantenham, intactos, não danificados, mesmo que diferentes
Gostei... Beijinhos
Já disse que este é um dos meus post preferidos?
Esta mania de nos esquecermos de dizer as coisas importantes...
Este foi, sem sombra de dúvida um dos posts que mais me custou escrever e que mais luta mental deu entre ser ou publicado ou permanecer no caderno.
Porque conseguir transportar tudo sem quebrar nada é um dom. Como o dom de não esquecer (e ser capaz de dizer) essas mesmas pequenas coisas.
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