Balões de Pensamento

Há não muito tempo atrás, numa conversa descontraída, surgiu a ideia: e se tivéssemos balões de pensamento acoplados? Assim mesmo daqueles que vimos na B.D. Balões que revelariam os nossos verdadeiros pensamentos. Um "não" pensado quando os nossos lábios dizem "sim". O que verdadeiramente pensamos em determinadas circunstâncias e por onde a nossa mente às vezes divaga enquanto conseguimos manter, simultaneamente, uma qualquer conversa.

Eu consigo até imaginá-los, imaginar-nos, a andar por aí de balões de pensamento atrás, presos por um cordel, a sobrevoar as nossas cabeças, acompanhando-nos num voo raso. Balões brancos, mais ou menos cheios consoante tenhamos mais ou menos clareza de espírito.

Balões de pensamento cheios de sonhos quando adormecemos, de resmungos quando acordamos, de divagações enquanto conduzimos para o trabalho. Cheios de trauteares de músicas e de melodias irritantes que não nos saem da cabeça. Cheios de conversas verdadeiras, de mentiras inocentes e de uma ou outra palavra que, volta e meia, os outros mereceriam ouvir. Vazios quando nos desiludem. Vazios quando já não há mais nada a dizer. E cheios novamente quando o tanto que há para dizer pode preencher mais que um balão pela vida fora.

6 comments:

CarMG disse...

Eu, consigo imaginarmo-nos no mesmo lugar, sem conseguir sair, só e apenas pelo peso dos nossos balões não ditos!!!!!!

CarMG disse...

(Reflections of a Skyline.... como se fosse a primeira vez....)

Lina disse...

Ui! Efectivamente, há alturas que os balões estão impossivelmente cheios... e nós agarrados pelo fio.

(Reflections of a Skyline, yet again. Porque, no fundo, me parecem ser balões de pensamento finalmente e corajosamente verbalizados...)

I disse...

Seria por vezes prático e esclarecedor, mas quase sempre perigoso!

CarMG disse...

Seria muito divertido também!!!! Mas só e apenas enquanto funcionasse apenas nos outros ;)

(Reflections of a Skyline, forever and ever... o que seriamos nós sem os outros...)

Lina disse...

Mais divertido ainda se apenas alguns de nós tivessemos capacidade de os ver nos outros. Mas, sem dúvida, perigoso...